terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Revolução Industrial Inglesa

A Revolução Industrial Inglesa[1]

Foi na Inglaterra que nasceu a fábrica, em razão da necessidade de aumentar a produção de mercadorias, já que a Inglaterra tinha uma frota mercante poderosa que realizava o comércio com a América, a África e a Ásia. Dessa maneira, o desenvolvimento mercantil inglês permitiu a busca de novas técnicas de produção. A fábrica e a mecanização criaram o operariado industrial, composto de mulheres, homens e crianças submetidos a um trabalho diário exaustivo, em troca de um salário capaz apenas de mantê-los vivos.

O avanço técnico decisivo para a mecanização da indústria foi a utilização da energia a vapor, a partir da máquina criada em 1712 por Thomas Newcomen e aperfei­çoada em 1769 por James Watt. A energia a vapor possibilitou o crescimento da minera­ção, da metalurgia, da tecelagem e dos transportes; foi aplicada às máquinas de bombear a água e de içar os minérios do fundo das minas, tornando o carvão mais barato; movi­mentou fábricas de fiação, de tecidos, de cerveja, de papel e moinhos de grãos.

As primeiras invenções que deram início ao processo de mecanização da produção ocorreram no setor têxtil do algodão. A indústria algodoeira concentrava-se na região do Lancaster, ligada ao comércio colonial, que recebia a matéria prima do Oriente, das Antilhas, do Brasil e das colônias inglesas da América. As máquinas que revolucionaram a produção do algodão foram: a "spinning-jenny, ou filatório, uma roda de fiar composta que produzia oito fios ao mesmo tempo, criada por James Hargraves, em 1767; a "water-frame'ou bastidor hidráulico, que produzia fios para a urdidura e a trama do tecido, desenvolvida por Richard Arkwright, em 1769; e a "mula", uma versão aperfeiçoada das duas máquinas anteriores, patenteadas em 1779 por Samuel Crompton, que chegava a produzir 400 fios da melhor qualidade ao mesmo tempo. Em 1785, Edmund Cartwright criou o tear mecânico aumentando a produção de tecidos e em 1792, Eli Whitney inventou o descaroçador do algodão, barateando a oferta da matéria prima em bruto.

As inovações tecnológicas atingiram a metalurgia com a invenção do laminador para fabricação de chapas de ferro e da pudlagem que elimina o carbono do minério de ferro, produzindo um metal de melhor qualidade. O uso do ferro e da energia a vapor permitiram a criação de barcos a vapor (1807), da locomotiva (1822) e de ferrovias de uso comercial, facilitando e barateando o transporte a longa distância. A máquina a vapor e a indústria do ferro contribuíram para a primeira arrancada da Revolução Industrial.

O avanço técnico decisivo para a mecanização da indústria foi a utilização da energia a vapor, a partir da máquina criada em 1712 por Thomas Newcomen e aperfeiçoada em 1769 por James Watt. A energia a vapor possibilitou o crescimento da mineração, da metalurgia, da tecelagem e dos transportes; foi aplicada às máquinas de bombear a água e de içar os minérios do fundo das minas, tornando o carvão mais barato; movimentou fábricas de fiação, de tecidos, de cerveja, de papel e moinhos de grãos.

Com a mecanização, nasceu o proletariado industrial, formado por homens, mulheres e crianças recrutados entre camponeses, ex-soldados e os indigentes que viviam das paróquias. Submetidos à disciplina férrea da fábrica, os operários transformaram-se em extensão das máquinas e recebendo salários de fome.

Os operários trabalhavam em fábricas que pareciam prisões e o serviço árduo com jornadas de trabalho que estendiam-se até por 16 horas, sem direito a férias, sem feriados e trabalhando inclusive aos domingos. Os primeiros industriais passaram a empregar um grande número de mulheres e crianças, cujo salário era menor. Os menores chamados de "aprendizes" ficavam confinados nas fábricas, isolados da sociedade e ao arbítrio dos patrões. Entre as diversas funções as crianças eram usadas para puxar os vagonetes nos túneis das minas ou para consertar fios quebrados atrás das máquinas.

A Revolução Industrial transformou os donos de forjas, de fiações e de tecelagem numa forte burguesia industrial. Eles tornaram-se "gentleman", possuidor de belas propriedades no campo e nas cidades, elegendo seus representantes para o Parlamento e matriculando seus filhos nas melhores escolas e universidades.

Os industriais passaram a pleitear a liberdade de comércio e o fim do protecionismo existentes sobre os produtos agrícolas, argumentando que a livre importação de cereais a preços mais baixos contribuiriam para acabar com a miséria na Inglaterra. Os proprietários afirmavam que nada daquilo era verdadeiro, pois, com os alimentos mais baratos, os industriais acabariam por reduzir os salários. A polêmica terminou com a aprovação em 1846, de leis instituíam o livre comércio.

Definiu-se assim a sociedade capitalista, baseada no Capital e no Trabalho assalariado. O capital pode apresentar-se sob a forma de dinheiro, créditos, maquinário ou terras. O capitalista - agricultor, comerciante ou industrial - controla o processo de produção, contrata e demite trabalhadores, conforme sua conveniência. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho em troca do salário.

No decorrer do século XIX, a Revolução avançou e atingiu os países da Europa Ocidental (França, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda) e também os Estados Unidos, o Canadá e o Japão.

O Liberalismo

O liberalismo político representado por Locke, Montesquieu e outros propunham que as monarquia fossem controladas por leis emanadas dos parlamentos ou de assembléias de representantes do povo. Eles consideravam que necessário "educar" os monarcas a fim de que o Estado pudesse preservar os direitos e liberdade do indivíduo.

A Revolução Industrial consolidou a sociedade capitalista, Os indivíduos deveriam ser livres para comprar, vender, investir e fazer contratos de acordo com seus interesses. Essas novas idéias foram defendidas por Adam Smith (1723-1790), Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823) que formavam a "escola clássica inglesa". O pensadores liberais pregavam o fim da intervenção do Estado na produção e na distribuição das riquezas, o fim das medidas protecionistas e dos monopólios e defesa da livre concorrência entre empresas e a abertura dos portos entre os países.

Para Adam Smith, pioneiro entre os economistas liberais, a economia nacional era movida por uma "mão invisível", isto é, pelas leis naturais do mercado. Essas leis eram a livre concorrência e a competição entre os produtores as quais determinavam o preço das mercadorias e eliminavam os fracos e os ineficientes. assim, o próprio mercado regulamentava a economia, trazendo a harmonia social, sem necessidade da intervenção da autoridade pública. As funções do Estado seriam garantir a lei, a segurança e a propriedade, além de proteger a saúde e incentivar a educação.

Exercícios

1.O que foi a Revolução Industrial?

2.Por que a fábrica desenvolveu-se na Inglaterra?

3.Relacione Revolução Industrial e capitalismo.

4.O que caracteriza a sociedade capitalista?

5.A Revolução Industrial acabou com a pobreza? Explique

6.Enumere as principais características do capitalismo?

7.Qual a importância do mercado no sistema capitalista?

8.Quais os fundamentos do liberalismo econômico?


[1] Adaptado de: Fábio Costa Pedro e Olga M.A. Fonseca Coulon, In: História Moderna e Contemporânea-UFMG.

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