sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Revolução Francesa


O

mundo europeu no século XVIII era essencialmente rural, os proprietários de terras eram os "cavalheiros". As monarquias absolutas reinavam por toda parte a exceção da Inglaterra, onde o sistema parlamentar foi implantado após a aprovação pelo parlamento da "Declaração de direitos" que limitava a autoridade do monarca e garantia os direitos civis. No plano da idéias desenvolveu-se o "iluminismo" cujos filósofos como Locke, Voltaire, Montesquieu criticavam os pilares do absolutismo: a divisão da sociedade em "ordens", a Igreja e o poder absolutos dos reis. Na economia começava a crítica ao sistema de monopólios e outras praticas mercantilistas. Mas no final desse mesmo século “a quantidade de agitações políticas é tão grande que alguns historiadores mais recentes falaram de uma "era da revolução democrática", em que a Revolução Francesa foi apenas um exemplo, embora o mais dramático e de maior alcance e repercussão".

1.2 A Revolução Francesa 1789-1798.

Em 1756, no reinado de Luís XV (1715-1774), a França enfrentou uma guerra desastrosa contra a Inglaterra - a Guerra dos Sete Anos 1756-63 - iniciada na América, entre os colonos franceses e ingleses. Derrotada, a França perdeu suas colônias americanas (o Canadá, a região do Rio Mississipi, a Louisiana, algumas ilhas das Antilhas). prejudicando a burguesia mercantil e enfraquecendo o tesouro real.

Ao subir ao trono em 1744, Luís XVI encontrou o tesouro real arruinado, o comércio colonial enfraquecido e grande descontentamento entre a burguesia e os camponeses. Através de seu ministro Turgot, propôs mudanças no sentido de reduzir os gastos da corte, libertar o comércio de taxas e de aduanas internas, aumentar o imposto sobre a terra incluindo a aristocracia e aliviar a carga fiscal sobre o povo. Essas tentativa iam de encontro os interesses do alto clero e da nobreza e Turgot foi demitido.

A situação das finanças agravou-se depois que a França entrou na Guerra de Independência dos Estados Unidos em 1778. Nova tentativa de aumentar a arrecadação fracassou com a demissão de Brienne. A bancarrota do Estado obrigou Luís XVI a demitir o ministro Brienne e nomear Necker. Para obter sugestões, Necker sugeriu ao rei a convocação dos Estado Gerais, assembléia dos representantes do 1o, 2o e 3o Estados, que não se reunia desde 1614.

A convocação para a eleição dos membros dos Estados Gerais trouxe grandes expectativas ao terceiro estado. Panfletos e jornais circulavam difundindo palavras de ordem criadas pelos iluministas como: cidadão, nação, contrato social, direitos do homem.. A massa da população não participou das eleições pois só podiam votar aqueles que tivessem ofício ou emprego público, grau universitário ou de mestre de corporação e que pagassem impostos.

A população estava sofrendo as conseqüências das péssimas colheitas que haviam provocado o aumento dos preços. Em fins de 1788, os gastos com o pão representavam 58% do orçamento popular; em 1789, às vésperas da revolução, esses gastos passaram a 88%.

A instalação da Assembléia dos Estados Gerais deu-se a 5 de maio de 1789, em Versalhes. Os desentendimentos entre os deputados começaram quando a burguesia propôs o voto por cabeça e as duas ordens privilegiadas não concordaram. Diante do impasse, no dia 17 de junho, os deputados do Terceiro Estado apoiados pelo baixo clero proclamaram-se em Assembléia Nacional, decidindo não se separar antes de dotar a França de uma constituição.

Frente ao perigo que representava o poder da burguesia na Assembléia Nacional Constituinte, a aristocracia recompôs-se com o rei, pregando a utilização da força de dissolver a Assembléia. Mas a revolução popular impediu que isso acontecesse.

A ameaça de golpe do rei sobre a Assembléia, os boatos de iminente invasão de Paris por tropas mercenárias mobilizou as massas parisienses, dando início a uma série de manifestações chamadas jornadas populares nos dia 13 e 14 de julho, que culminaram com a Tomada da Bastilha, prisão símbolo do absolutismo, em 14 de julho de 1789. A revolta popular espalhou-se pelo interior com o campesinato saqueando depósitos, armazéns e castelos dos nobres. O "grande medo" que tomou conta do país abalou o país teve resultado rápido com a assembléia Nacional sancionando nos dias 4 e 5 de agosto de 1789, os decretos que declaravam extintos o Antigo Regime e os direitos senhoriais no campo. Em 26 de agosto de 1789, vem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, segundo a qual todos os homens possuem direitos naturais, inalienáveis e sagrados como à liberdade, à propriedade, à segurança e a resistência à opressão.

As tentativas de Luís XVI e da nobreza de restabelecer a antiga ordem com a ajuda estrangeira, fez com que em 1792 o movimento revolucionário reacendesse com forte sentimento nacionalista. O povo acusa Luís XVI e a rainha Maria Antonieta de traição, e a 10 de agosto de 1792 apodera-se do palácio das Tulherias. Luís XVI é suspenso das suas funções e encarcerado com a família real na prisão do Templo. A República é proclamada em setembro de 1792, pela Convenção Nacional composta por girondinos (direita) de origem burguesa, pelos montanheses ou jacobinos (Robespierre, Danton, Marat, Saint-Just e Hébert) à esquerda e Planície ao centro. O Rei é julgado como culpado por traição e executado em 21 de janeiro de 1793.

Figura 1 - A Guilhotina

A guerra externa, as revoltas dos camponeses e as reivindicações dos "sans culottes" levaram os jacobinos, burgueses republicanos radicais, a dominarem a Convenção. Forma-se um governo revolucionário dominado por uma Junta de Salvação Pública que faz reinar o Terror (1793-1794. Durante este período, qualquer pessoa suspeita de ser simpatizante do Antigo Regime era geralmente executada). Apesar do Terror e das medidas de exceção adotadas Robespierre e seus seguidores procuraram atender as classes populares. A extrema radicalização e as violências praticadas pelos jacobinos foram causas de sua derrubada por representantes da burguesia mais moderada.

Favorecido pelas dificuldades enfrentadas pelo Diretório. (colegiado de 5 membros, criado pela constituição do Ano III - 1795) o general Napoleão Bonaparte deu um golpe - 18 Brumário - e assumiu o governo francês, primeiramente como cônsul e depois como imperador, dando continuidade ao processo de consolidação do nacionalismo, do liberalismo e do capitalismo na França e de dominação política da burguesia.

  1. Por que Luís XVI convocou a Assembléia dos Estados Gerais?
  2. Como o Terceiro Estado reagiu a convocação dos Estados Gerais?
  3. Qual o impasse surgido na instalação dos Estados Gerais? O que resultou desse impasse?
  4. Identifique: a) jornadas populares b)Grande Medo c) tomada da Bastilha
  5. Como se deu a queda da monarquia na França?
  6. Identifique os partidos políticos surgidos durante a Convenção?
  7. Como foi o governo dos jacobinos?
  8. O que foi o "terror"?
  9. Como terminou o governo jacobino?
  10. O que foi o 18 Brumário?
  11. Qual a importancia da Revolução Francesa para o mundo ocidental?
Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M.A. Fonseca

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